quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Me devolve a ilusão




Pela fresta da porta: a luz meio fraca do fim do dia invade o escuro da sala que tem apenas o som das músicas que me deixam desabafar, que me fazem te lembrar.

Reflete tudo no vaso da mesa, se voltando para o meu rosto, e assim me mostra os olhos inchados, o cabelo desarrumado, a tarde de hoje igual a de ontem.

E quando o sol finalmente vai embora... resolvo pegar as cores trancadas no guarda-roupas, e visto sem o mínimo pesar.

A noite me tira o cansaço, me devolve a ilusão.

Saio por ela como se algo novo fosse me tirar a monotonia, me deixar com novas lembranças em minha rotina.

Com luzes acesas, com o preto em volta dos olhos, ninguém percebe minha tristeza.

Ninguém se importará com ela.

E perdendo a noção da hora, serei feliz até o amanhecer.

2 comentários:

  1. Podes parecer, as vezes, longe desta ilusão. Acontece que jamais se perderia, se deixaria de ser, assim... iludida

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