quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Deixei as lembranças fantasiadas e guardei ilusões sonhadas na última gaveta daquele armário esquecido.
Pelo menos tento, um presente sem passado nem futuro.
A expectativa agora é não ter nenhuma expectativa. É viver com o que se tem, ter o que vier.
Estou me buscando em cada folha de papel, em cada vento que passa.
E há dias em que me encontro e em outros que me perco mais.
Mas o importante agora é isso: me encontrar, me perder. Nada de você por aqui.

-Rízia Luiz

quarta-feira, 15 de junho de 2011

'E o que estou fazendo de minha vida? Ela deveria ser vida somente com a sua.'





É o que rezo todos os dias
Antes da espera fez-se prece, interminável
Sussurrada ao alcance de seus ouvidos
Cada gesto distante é feito em procura de ti
E as risadas buscam sentido em rostos alheios
O impulso que nos faz apertar os pulsos
São os mesmos pulos a esmo
Ou talvez tudo se faça sentido
Quando planeja-se juntos os mesmos caminhos
Então simplesmente caminhamos juntos
Gratificação não por segurar forte a saudade, isso também
Mas por saber que todo pequeno momento lado a lado
Vale tão a pena quanto qualquer distância solitária
Impossível sim viver sozinho, talvez o resto seja mar
Talvez amar seja o que tenha restado
Talvez o mar saiba menos que nós, por isso não é ruína
Quem sabe somos o restante de todo martírio
Talvez nos resolvamos um ao outro
Dessa maneira, somos a resposta
Por fim, deixe as sobras para trás




-Ana A.


Resto um nome de bruma
no meu eterno cansaço.

Restou um tédio de cinza
no meu todo de silêncio.

Tanta triteza no meu sono imenso...



(Hilda Hilst, in: Baladas)




- Minha voz cai no abismo do teu silêncio.


C.Lispector

Despedida




Tudo o que sobrevive a sua partida me dói. Doem as pernas, a carne, os ossos;
dói o sol, que insiste em acariciar a minha pele, e iluminar, iluminar, iluminar;
doem os dias, as horas e as horas mortas dos dias, que são quase todas;
doem os carros que atravessam o sinal verde e me dão sustos que me levam ao chão.
Celular, chaves, livros e bolsa espalhados. Eu espalhada. O asfalto de janeiro. O asfalto banhado por uma água insistente. É que essa chuva; é que essa vida; é que essa eu.
E essas folhas que se movimentam lentamente e brotam; e essas árvores que estão florindo; e toda essa inútil beleza.

Não pára de chover e: a cidade enche; as ruas enchem; e eu agarrada as suas palavras,
como um náufrago,
que
não
acredita
em
terra firme,
resisto.



-Daniela Lima

segunda-feira, 13 de junho de 2011












“Confesso que ando muito cansado, sabe? Mas um cansaço diferente… um cansaço de não querer mais reclamar, de não querer pedir, de não fazer nada, de deixar as coisas acontecerem. Confesso que às vezes me dão umas crises de choro que parecem não parar, um medo e ao mesmo tempo uma certeza de tudo que quero ser, que quero fazer. Confesso que você estava em todos esses meus planos, mas eu sinto que as coisas vão escorrendo entre meus dedos, se derramando, não me pertecendo.Estou realmente cansado.Cansado e cansado de ser mar agitado, de ser tempestade… quero ser mar calmo. Preciso de segurança, de amor, de compreensão, de atenção, de alguém que sente comigo e fale: “Calma, eu estou com você e vou te proteger! Nós vamos ser fortes juntos, juntos, juntos.” Confesso que preciso de sorrisos, abraços, chocolates, bons filmes, paciência e coisas desse tipo. Confesso, confesso, confesso. Confesso que agora só espero você.”

- Caio Fernando Abreu.

- Quem sabe passa hoje aqui pra devolver as coisas que são minhas - meus momentos bons.


Gabito Nunes








Não lembro mais qual foi nosso começo. Sei que não começamos pelo começo.
Já era amor antes de ser. Por enquanto estou inventando a tua presença.
Que medo alegre, o de te esperar.


-Lispector

domingo, 29 de maio de 2011

Olhares desentendidos


Hoje eu abri as cortinas meu bem.
E apesar do vento gelado que entrava pela fresta da porta, da janela, do telhado, eu senti o sol.
E a sua luz entrou como a muito tempo não via.
Na tentativa de escrever entendi que não se apaga o que foi dito.
Após sair da escuridão da culpa, resolvi mudar.
Não por não gostar do que sou, mas sim por saber que é preciso e pronto.
Sem mais discussões, olhares desentendidos, sons decepcionantes.
Sem mais por quês amor. Não vou mais pensar no que não fiz e muito mais não me arrepender por não ter feito.
Estamos aqui, e apesar de tudo, estamos juntos, juntos.
Quero me importar com o que estamos vivendo.
Me preocupar em fazer planos e não em ter dúvidas de até quando vai ser.
É amor, eu acho que posso até me enganar mais uma vez, só que nada vai impedir que eu amadureça. E acho que estou fazendo isso agora.


terça-feira, 3 de maio de 2011

Dois pedidos


Ele: Faça dois pedidos.

Ela: Eu quero conhecer um cara que me de amor e que precise de mim tanto quanto eu preciso dele.

Ele: E o segundo?

Ela: Quero que esse cara seja você.


(Pequena Sereia)


Me perco, me procuro e me acho.

E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar.

Não me dôo pela metade, não sou tua meio amiga nem teu quase amor.

Ou sou tudo ou sou nada. Não suporto meio termos.

Sou boba, mas não sou burra. Ingênua, mas não santa.

Sou pessoa de riso fácil e choro também.

Tati B.







- Eu queria de repente... ouvir sua voz.

sábado, 9 de abril de 2011

Não se vê fim


- Quando não se pode imaginar despedidas. Que se o pra sempre não existir, você inventa.

quarta-feira, 30 de março de 2011


“Eu te acho bonito de formas tão variadas e profundas e insuportáveis.

Tati Bernardi

segunda-feira, 28 de março de 2011

Com que olhos se vê


"- É claro que entre o que se merece e o que se ganha, há um abismo."



domingo, 27 de março de 2011

Resistir aos que parecem anjos


- Foi quando comecei a gostar da sua insistência. Aham, alguma coisa dizia que já não era tão má ideia. Era má, mas eu estava querendo.

sexta-feira, 25 de março de 2011

As vezes te quero, as vezes nem tanto


- Dizem que é bom ter opção de escolha. Por que é que pra mim isso é sempre torturante?
Tá bom, eu sei. Sou inconstante, volúvel, indecisa em demasiado. As vezes.

Diziam que a solução era o tempo

Triste é ver que o tempo passou, e você não.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Tirar com a mão, essa tristeza sua

- Nessas horas queria te dizer que a amizade basta. E que o amor, ah, o amor é só um bônus.
E mais uma coisa: Se depender de mim, essa tristeza vai embora, não sei como, mas vai.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Uma certa felicidade que tem o seu nome



- O problema é que eu aceito você de volta. Eu digo sim, sim, sim sem abrir a boca.
De imediato a felicidade vem, você deve vestir ela, porque ela só chega com você.

sábado, 19 de março de 2011

Vestido de saudade viva


- Eu deveria jogar meu celular contra a parede com toda força possível. Para ter certeza de que ele não toca, porque está quebrado. Somente por isso.

Tempo Perdido



"A tempestade que chega é da cor dos teus olhos."

L. Urbana

Aguente firme

" - E quantas vezes você mandou você mesma não chorar? "

sexta-feira, 18 de março de 2011

Não me serve você longe

- Você me olhava e meu pensamento gritava: Fica! Fica! Fica! Aqui...

Você é criança e vai chorar




Você pediu e eu já vou daqui
Nem espero pra dizer adeus
Escondendo sempre os olhos meus
Chorando eu vou, tentei lhe falar,
você nem ligou

Eu nunca consegui me explicar
Por que você não quis me ouvir falar
E deixo todo meu amor aqui
Jamais eu direi, que me arrependi
Pelo amor que eu deixar

Mas da saudade eu tenho medo
Você não sabe eu vou contar todo segredo
Esses caminhos eu conheço
Andar sozinho eu não mereço
E você há de entender, a gente tem que ter
alguém pra viver

Se você quer eu vou embora
Mas também sei que não demora
Você é criança e vai chorar
Só então vai compreender
que muito amor eu dei
E eu quero ver, você lamentando
meu nome chamar

E quando um dia isso acontecer
De você querer voltar pra mim
O meu perdão eu vou saber lhe dar
E jamais eu direi, que um dia
você conseguiu me magoar

Eu nunca consegui me explicar....



Nando Reis

Adianta o nada?!


- E se eu te implorasse pra ficar, se eu chorasse na sua frente, se eu gritasse pra que voltasse...
E se eu não dissesse nada... Ai que dor, eu não disse nada...nada...

quinta-feira, 17 de março de 2011

Amor x Tempo




- Quem é que podia imaginar : Eu com você, tão fácil, sendo feliz.
É. Nosso "para sempre" sempre pareceu ser breve.

Que corta feito aço de navalha



-Eu queria que só um olhar não bastasse.
Mas a gente sabe que não se precisa dizer adeus para fazer saber,
infelizmente, ele é inevitável, assim como a dor que corta feito aço de navalha, dilacerando meu peito agora, ardendo nas veias.
Enfim, você sabe, aquela mesma, que me destrói por dentro.

terça-feira, 15 de março de 2011

Não há nada que eu mudaria, nada pra mudar


Você é mistura da minha fantasia com o real.
É quando meu sonho se junta com a realidade. E te confesso amor, não há nada melhor.
Nada mais único que estar com você e poder sentir tudo o que um dia, eu quis sentir.
E mesmo desejando tanto, não pude imaginar o quanto seria intenso.
Te sinto em cada parte do meu corpo, em cada reflexo da mente.
Parece que estou inerte ao mundo. É. Você me levou daqui.
E lá eu tive os melhores pensamentos que alguém pode ter.
E pude ter certeza. Pude tocar com as minhas mãos: a felicidade completa.
Descobri que amor de verdade, só existe um, você é o meu.
E se você me olha: Ao mesmo tempo desvio. É porque tenho medo que descubra.
Que te deixei existir melhor que a todos.
Que eu não sobreviveria sem você. Que morreria triste.
E soubesse, que minha vida se resume a você. Minha vida é você.
Porque você é demais, você é demais, você é demais.

sábado, 12 de março de 2011

O que eu vou fazer, pra me salvar?



Você dizia sem parar da saudade que sentiu, da falta que eu te fiz.
E eu pensava: "-Eu senti mais, você me fez mais."
E me perguntava em como você conseguia ser tão lindo, como? Como conseguia? Hein?
E nenhuma fala minha se teve. Mas, você soube, só de me olhar.
Impossível não saber ao ver minha cara abobalhada ao te ver, meus olhos molhados por poder matar a saudade.

sexta-feira, 11 de março de 2011

O que era raro e se perdeu


E cheguei a pensar no que você via quando olhava a minha volta e imaginei o que você temia.
E compreendi que eu não tinha culpa alguma.
Que não cabia a mim decidir por você. Não poderia eu encerrar nenhuma circunstância.
Então tive medo.
Recordei da sua ausência de antes, e que não acreditava sofrer sua falta agora, não agora.
Eu pude te ter. Finalmente, estávamos juntos afinal.
Isso era raro.
Não me faça te perder, não autorize minha saída.
É só contar que precisa de mim.
É só olhar como quem quer muito que eu permaneça.
Com você e sua.

terça-feira, 1 de março de 2011

Eu sempre sei



Ouvindo...



A história é minha, eu sei.
E é ela quem me comprime o estômago, borra a maquiagem, deixa cega e as vezes muda.
E ficando muda, escrevo.
A mesma história de sempre que você resume como: "meus dramas".
Me diz que eu sou toda preocupada, muito preocupada. Preocupada?
Mas, te digo que sou volúvel. Demasiada volúvel.
Me beija e tudo passa.
Me deixa marcas. Me renasce o espírito. Me morde e me liberta a alma. E faça de novo.
E vivo toda minha vida apenas naquele minuto. Naquele segundo que você me olha.
E a história incostante volta depois. E vai embora com a sua volta.
Como se tudo gritasse em volta que você esta ao lado da pessoa certa.
Da pessoa que se faz sua sem o mínimo esforço.
Assim, as promessas não são mais falhas. E você é real em todos os sentidos.
Não lhe peço nada contigo pela inexistência da falta.
E te deixo existir melhor do que qualquer um, sim.
Você, personagem principal da minha história, o meu herói imortal.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Ser como o rio


Que sua partida seja breve.
Principalmente no meu coração insano e completamente apaixonado por você.
Que ela seja como um rio, que se separa por um tempo, que não se toca, não se vê, não se sente mais...Ah, eu não te sinto mais...
Que se divide ao meio, que me mata de hora em hora por não estar inteiro.
E ainda assim consigo me sentir viva pela dor que sinto, pelo corte que arde no peito.
Pelo desespero contido de não querer essa vida, de me torturar por ter te deixado partir.
E custo acreditar, que foi possível, você ir.
Não por completo, se assim fosse, pararia de sentir de vez, me tornaria imune a qualquer tipo de sentimento.
Mas, você não se foi. Você não se vai.
Você prometeu ser temporário, ser como o rio.
Que eu me lembre da volta então.
Que não esqueça do reencontro.
Porque neles, se compensa a falta. Quando a parede entre a gente se tornar invisível.
E não mais impedir que nos misturemos, que nos tornemos um só.
E não há mais o mínimo espaço entre a gente.
É quando eu não mais lembro do dia em que chorava de saudade,
de noites lamentando a distância, das vezes que desacreditei e amaldiçoei - agora tão presente - o amor.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Queria você por mim




- Foi quando vi que eu queria crescer nos seus olhos,

deslumbrar em sua boca,

me decompor em suas mãos.

Eu queria você inteiro,

pedindo por mim.

Amor de um só lado da cama


- Já te disse tantas vezes que eu não te merecia... Eu não te mereço Estella!
- Parece mais com não saber dar valor, Raul...
É. A questão aqui não é merecimento, é retribuição.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Um tempo pra nós

Eu sempre soube que eu poderia dormir e acordar cada dia em um lugar, que poderia acordar animada, poderia ver a lua tomando conta do céu, o sol subindo de manhã, talvez encantada e rindo a toa, lendo meu romance cotidiano.
Mas eu sabia que seria minha melhor noite quando nela tivesse você.
Eu dispensaria a natureza e deixaria meus livros.
Porque se você vem, há duas luas, dois sóis, duas almas, nós dois.
Eu vejo que tenho dom para ser feliz, de verdade.

Vai embora e deixa a dor pra trás


- Mas, eu aguentaria a dor, a vida toda, se você sempre voltasse.

"Eu segurei-a apertado, beijei-a, nosso último beijo."


- Como um último beijo pode parecer o primeiro?
Por que será que com você, o gosto é sempre de descoberta, de sensação-boa-jamais-sentida?
A tristeza do último beijo se resume nele ser único, de não poder ter mais um, mais dois.

Felicidade brilha no ar


- Felicidade é descobrir que alguém te faz crer que você pode ter, que você pode ser. Inteiramente e infinitamente. Feliz.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Dor constante


- Olha, você não precisa transformar isso tudo em dor constante.
- Você fala como se eu pudesse tirar minha dor, como se fosse uma peça de roupa no meu corpo...
- Está vendo, você complica. Quero saber de você e saber que estás bem e feliz. Feliz meu bem!
- Ah, feliz! Há tanto tempo não sei o que é...
- Sem dramas, você sabe, que te preciso. Mas, eu tenho minha vida e você a sua.
- É. Você tem sua vida e eu tenho a minha, que é você.
- Teremos nossos dias amor.
- Espero. (Mais?)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Morrendo aos poucos



- O ciúmes me corta, me atravessa inteira.
Mas, me mata saber que não faz sentido senti-lo.
O que me mata é pensar que não sou eu quem o tem.
Não sou eu. E não me mata de uma vez.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Espero-ansiosa



- É desesper(o)-ançoso não te ver.
E anima-(a)-dor te ouvir dizendo que também sente saudades.



Me sentisse tão tão dele






"[...] Como ter mentido que estava dormindo naquela tarde, apenas para ter ficado mais tempo com ele, longe do mundo, longe, em outra estação. E quando eu o vi na varanda, comendo chocolate, senti tanta ternura, naúsea de ternura, que fazer com ela? Que fazer se no momento em que eu me sentisse tão tão dele, ele quisesse fugir tão rápido dos meus olhos, do meu alcance, das minhas mãos? Para quê você veio, então, se iria embora assim? Uma rua coberta de poesia, e depois? E depois, e depois, e depois, este é o refrão desse jazz chato e desafinado. Celebre o momento, os encontros, a vida, Luísa, ele me disse enquanto eu segurava as lágrimas, antes que ele se fosse. Não sou boa em celebrar, sou bem melhor no sofrimento que na alegria. E que adianta enganar-se um pouco, se o que vem depois é o nada mesmo? Meu amor batendo nas pedras do teu silêncio. Que adianta viver em teus dias, se eu não te sinto mais tão em mim? E ele disse que nos encontraríamos depois e depois e sempre. E depois? Sempre já acabou?”

(Do moleskine de Luísa. Sem data – Cadernos de Luísa, Vanessa Souza Moraes)

O cheiro, o cheiro, o cheiro


"[...] Ele, que tinha aquele jeito de Pequeno Príncipe, vezenquando tão doce, me afagando com suas palavras. Pequeno Príncipe de cabelos louros revoltos e olhos tão tão azuis. Quanta perversidade escondem esses olhinhos azuis, disse eu, tanto tempo depois que havia dito: dilacerante. Como podia, como podia aquele garoto de cabelos bagunçados, All Star velhos – sim, concordo com sua mãe, deveriam estar no lixo esses tênis – e camiseta ter me doído tanto? Não, você não ligou porque sentiu saudades, ligou porque está tendo um ataque de ciúmes, disse-me ele, naquela tarde, semanas depois de dizer que eu era seu sono perfeito, naquela praia. Como é possível que tudo seja tão sublime e desabe, assim, concomitantemente? Como é possível sentir o amor a aquecer o corpo, e tão breve depois, sentir a raiva, o medo, a ansiedade, aquela vontade de dormir e dormir e dormir para esquecer os dedos dele passando pelo meu rosto,
as doces palavras sussurradas ao ouvido esperei-tanto-por-este-momento-meu-amor, o cheiro, o cheiro, o cheiro...
[...]"






(Do moleskine de Luísa. Sem data – Cadernos de Luísa, Vanessa Souza Moraes)

Que esta palavra seria uma profecia


“Dilacerante. Foi essa a primeira palavra que eu disse para ele. Eu disse para ele? Ou eu disse e ele ouviu e depois eu perguntei, tempos depois, o que ele havia visto em mim, na primeira vez. Ele disse algo assim, alguém havia dito alguma coisa naquela festa e você balbuciou: dilacerante. O que você viu em mim? Perguntei novamente. Alguém que precisava ser olhada, para além do seu rosto. Foi exatamente isso que ele disse? Não lembro exatamente, deve ter sido. Pode ser uma invenção minha, quem sabe. Preciso inventar novos diálogos, que se sobreponham aos antigos, já corroídos pela traça do esquecimento. Dilacerante. Mal sabia, naquela época, que esta palavra seria uma profecia auto-realizadora para mim, que aquele garoto-homem iria ser tão dilacerante na minha história... [...]"

(Do moleskine de Luísa. Sem data – Cadernos de Luísa, Vanessa Souza Moraes)

domingo, 16 de janeiro de 2011

Reticências...


Como um escoteiro perdido na mata, como um marinheiro perdido no mar, como um cientista que desconhece sua própria criação, é assim que eu me sinto com relação a meus sentimentos.Não sei pra onde vou, não sei onde eu fico, não sei se sigo em frente, não sei se deixo como está...

Não sei, não sei, não sei...

Talvez o medo de cometer os mesmos erros , de voltar para estrada que eu prometi não mais trafegar, esteja fazendo eu me bloquear para aquilo que mais tem me proporcionado equilíbrio, porque em meio a essa maré agitada, você tem sido minha calmaria

São dúvidas, medos, traumas, receios... Todavia me sinto bem, calmo, tranqüilo, em paz, à vontade pra tudo que possa vir a acontecer, mesmo que não seja como eu almejo, ter sua companhia supera todas as incertezas.

É como saber que mesmo em uma noite nublada, minha estrela está lá a brilhar.

Mesmo com todas essas interrogações, eu vou prosseguindo deixando reticências, ao natural, o que tiver que ser, será...

Nicolas Schulter.