terça-feira, 29 de junho de 2010

Sensação boa


A muher de moleton vermelho surrado e saia até o joelho, cabelo despenteado e de passos largos deve estar indo ao supermercado.
E o ciclista de camiseta branca meio amarelada, calça jeans bem gasta e boné meio de lado deve estar com pressa, porque ele se levantou para dar mais impulso nas pedaladas.
O homem que está dentro do carro sem o cinto de segurança, deve estar impaciente, suas mãos batem no volante ou se não, está ouvindo música e suas mãos batem conformem o ritmo e seu carro apesar de não ser muito novo, deve ter ar condicionado porque o vidro está fechado ou não. A outra moça de salto e blusa amarela com a bolsa grande e preta, prende metade dos cabelos com a piranha, e só balança um braço, com o outro ela segura a bolsa, ela parece irritada com o buraco na calçada que seu salto insiste em enfiar.
Não quero conhecer nenhum deles, mas descrevê-los me deu uma sensação boa.
Fica estampado na sua cara que todos estão seguindo com o seu dia, que cada um tem a sua vida, e que eu não sou mais fraca, nem menos forte. Estou fazendo como eles. Estou levando a vida.
É raridade quem desiste dela. E se compensasse tanto, a maioria o faria.
Sabe, eu não sou maior que o mar. Nem menor que o grão de areia.
A individualidade traz sua liberdade, estou com vontade de aproveitar ela.

Um comentário:

  1. Então aproveite, porque você é a maior forma de individualidade que há. Única

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